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A crise política brasileira continua atraindo as atenções da imprensa internacional. Nesta segunda-feira (28), o jornal americano "Los Angeles Times" divulgou um levantamento feito pela ONG Transparência Brasil sobre os políticos que estão incumbidos de analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. No título da reportagem, a publicação diz: "Os políticos que votam o impeachment da presidente do Brasil são acusados de mais corrupção do que ela".
Ao longo do texto, o jornal cita números pesquisados pela ONG sobre os integrantes da Comissão Especial do Impeachment, formada na Câmara para emitir um parecer sobre o pedido de afastamento da petista, e o Congresso como um todo.
Segundo a Transparência Brasil, dos 65 membros da comissão –formada por deputados de partidos que apoiam o governo, da oposição e dos chamados independentes–, 37 enfrentam acusações de corrupção ou outros "crimes graves", conforme cita a publicação americana.
"Cinco membros da comissão são acusados de lavagem de dinheiro, outros seis de conspiração e 19 são investigados por irregularidades nas contas; 33 são acusados ou de corrupção ou de improbidade administrativa; ao todo, 37 membros foram acusados, alguns deles de crimes múltiplos", afirma.
O "LA Times" destaca ainda a presença, no colegiado, de Paulo Maluf (PP-SP), ex-prefeito de São Paulo, afirmando que ele é "procurado pela Interpol e que um tribunal de Paris recentemente o condenou à revelia por lavagem de dinheiro e crime organizado". O parlamentar nega a prática de crimes.
Dentre os 513 deputados da Câmara, segundo a Transparência Brasil, 303 são investigados por algum crime. No Senado, o número também ultrapassa os 50%: 49 dos 81 senadores estão envolvidos em investigações.
O "Los Angeles Times" pondera que os dados fornecidos pela ONG ainda não incluem as informações mais recentes da 26ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na semana passada, e que tem como alvo executivos da Odebrecht e doleiros.