Após uma série de denúncias e reclamações apresentadas pelo deputado Alex Redano (PRB) referentes ao setor madeireiro no Estado, a Comissão de Fiscalização e Controle, na reunião de quarta-feira (4), no Plenarinho da Assembleia Legislativa, após votação e aprovação unânime, decidiu convocar a direção da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) para prestar esclarecimentos.

Para o presidente da comissão, Ezequiel Júnior (PSDC) o secretário da pasta, coronel Vilson Machado, e representantes da indústria madeireira, precisam ficar frente a frente para que se chegue a um denominador comum, pois culpar os madeireiros pela devastação que vem ocorrendo no Estado é uma injustiça.

Segundo Ezequiel, além da convocação do secretário da Sedam, a comissão irá convidar engenheiros e técnicos do órgão para a reunião da comissão a ser agendada no mês de junho.

Segundo Alex Redano, a Sedam é a secretaria menos eficaz e mais inoperante da gestão do atual Governo. O deputado disse que o órgão é alvo de inúmeras reclamações em seus diversos departamentos, desde a morosidade na emissão de licenças ambientais para abertura de empresas até questões relacionadas ao manejo florestal sustentável.

“Ou tudo demora, ou nada sai”, declarou o parlamentar que afirmou que em 2015 a Sedam liberou pouquíssimos manejos.

Para o deputado, o manejo bem feito segue três princípios fundamentais, deve ser ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo, no entanto, “a Sedam não contribui para o cumprimento desses princípios”.

Por conta da morosidade da liberação de licenças ambientais, muitas empresas estariam indo embora do Estado, deixando de gerar emprego e renda para Rondônia, declarou Redano.

Segundo ele, madeireiras estariam fechando suas portas, aumentando o desemprego e profissionais da área ambiental, como engenheiros e técnicos florestais também estariam migrando para outros estados como Amazonas e Pará.

O pior, no entanto, ressaltou Alex Redano, é o aumento do desmatamento. Ele explicou que a partir do momento que não tem manejo florestal, que é a utilização racional e ambientalmente adequada dos recursos da floresta, grande parte dos toureiros, por uma questão de sobrevivência, acaba indo para a ilegalidade. “Ou seja, roubando madeiras de reservas”, salientou o deputado.

O parlamentar disse acreditar que uma solução para esse problema seria tomar uma decisão de parar o Estado e convencer os trabalhadores do ramo a investirem em outro setor e em outros estados ou mudar a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental.

“Que na verdade não tem desenvolvimento, é apenas uma secretaria ambiental que está travando todo o setor produtivo e do jeito que está é impossível de trabalhar”, declarou Redano.

A mudança na Sedam, de acordo com o deputado, precisa ser feita, principalmente, nos cargos técnicos do órgão, que para Alex Redano, não estariam dando conta do recado e também na forma de fazer gestão, de forma mais rápida e sem morosidade.

“Queremos deixar esses madeireiros e toureiros trabalharem na legalidade, pois só com uma Sedam organizada e eficaz isso será possível, enquanto isso não acontecer, muitos continuarão a atuar de forma ilegal”, concluiu Redano.