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Por unanimidade, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF), condenou o policial militar da reserva de Rondônia, William Ferreira da Silva, o “Homem do Tempo”, a 14 anos de prisão por envolvimento ativo nos atos golpistas ocorridos em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. A decisão aponta que William atuou como um dos executores materiais da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, incentivando e liderando atos de violência contra o Estado Democrático de Direito. O julgamento do réu terminou no final da noite desta segunda-feira (30), após 10 dias no plenário virtual.
Seguiram o voto do relator, Alexandre de Moraes, pela condenação a 14 anos de prisão os ministros Flávio Dino e Carmem Lúcia. Cristiano Zanin e Luiz Fux divergiram sobre a penalidade. O primeiro apontou que o réu deveria ser condenado a 11 anos. Já Fux opinou por 9 anos.
Conforme a decisão, a atuação de William se deu no contexto de uma organização criminosa formada por pessoas inconformadas com o resultado das eleições presidenciais de 2022. O grupo pretendia promover uma ruptura institucional, invadindo e destruindo prédios públicos com uso de violência, substâncias inflamáveis e grave ameaça, resultando em grandes prejuízos ao patrimônio público, inclusive a bens tombados.
A condenação se baseia em extenso conjunto de provas, com destaque para vídeos gravados pelo próprio réu, que registram sua participação nas invasões ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Nas gravações, William incita a violência contra policiais, celebra a ocupação dos prédios e se refere ao episódio como uma “data histórica”. Em uma das falas, ele afirma: “O povo vencendo, graças a Deus!”