No curral, a família coloca as vacas e inicia a ordenha e aos poucos enchem os baldes e os galões. As 18 vacas da raça girolando estão produzindo até 110 litros de leite diariamente.
A produção do sítio é considerada boa para os especialistas, mesmo no período de estiagem, com o pasto seco. É resultado de investimento e inovação. Há mais de 20 anos a família Felipe trabalha com a criação do gado leiteiro, mas foi só em 2020 eles mudaram o jeito de levar o principal negócio e fonte de renda.
Antes, no período sem chuvas, diminuía drasticamente a quantidade de animais na propriedade e a produção de leite só dava para consumo próprio, segundo a esposa, Vanilza Felipe. A solução foi investir na silagem para garantir a nutrição do gado.
Só que os tradicionais produtores de leite tiveram também que se transformar em agricultores: plantar, cultivar e colher. Sem experiência de lavoura para produzir a própria silagem, os pecuaristas buscaram ajuda e se tornaram membros da Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Comunidade São Jorge, que forneceu insumos e maquinários.
Para fazer a silagem, o produtor José Felipe plantou três hectares de milho. A colheita foi em fevereiro e foram colhidas 75 toneladas. Toda a produção foi colocada em um terreno, compactada e depois coberta com lona para o processo de fermentação.
O processo de fermentação é de aproximadamente 45 dias e, segundo a família, a silagem começou a ser oferecida para o gado leiteiro no início de julho (início da estiagem).
Opinião de especialista
O engenheiro agrônomo André Castro, da Emater, explica que em Rondônia a silagem de milho é a mais utilizada como alternativa para complementar a nutrição do gado. Por conta do déficit de pastagens no pico do período seco em Rondônia.
"Dentro do processo de silagem acontece uma fermentação anaeróbica, sem a presença de oxigênio, que favorece algumas bactérias na digestibilidade dessa partícula. Em Rondônia a silagem mais usada é a de milho, mas pode ser feita com outras plantas forrageiras, como o sorgo", diz.