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Nos últimos seis anos, os Emirados Árabes Unidos trabalharam no desenvolvimento de uma nave espacial com o objetivo de estudar a atmosfera e o clima de Marte. Agora, finalmente a missão Hope Mars está pronta para decolar. Na terça-feira (14), o foguete japonês H-IIA será lançado, levando consigo a sonda orbital, que deve chegar ao Planeta Vermelho em fevereiro de 2021.
Depois que chegar, a Hope Mars tentará entrar na órbita ao redor do Planeta Vermelho, algo que apenas quatro organizações espaciais do mundo já foram capazes de fazer. Sem dúvidas um marco histórico para o país da península Arábica, que encara essa missão como um incentivo à ciência e uma mensagem de esperança ao mundo árabe.
Com o lançamento tão próximo, a equipe experimenta uma mistura de emoções. Afinal, foram seis anos de trabalho duro e grandes expectativas, e agora tudo será colocado à prova durante os poucos minutos de lançamento. "Pessoalmente, não posso descrevê-los no momento", diz Al Amiri, ministro de Estado das Ciências Avançadas nos Emirados Árabes Unidos sobre os sentimentos da equipe. “Talvez se nos perguntar depois do lançamento”.
Sobre a Hope Mars
Um dos principais objetivos da Hope Mars é "acelerar o desenvolvimento de nosso setor acadêmico", nas palavras de Omran Sharaf, líder da missão que também faz parte da celebração do 50º aniversário dos Emirados Árabes Unidos. Daí vem o nome da sonda e da missão: “Hope” ou “Al-Amal”, pois a meta é enviar uma mensagem de otimismo a milhões de árabes em todo o mundo e incentiva-los a inovar.
Uma das maiores motivações para a missão Hope foi inspirar os adolescentes dos Emirados a entrar nos campos de STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e tornar os cientistas espaciais dos Emirados Árabes Unidos grandes modelos para crianças. Até agora, a missão tem tido sucesso desse objetivo, e Sharaf diz que mais estudantes estão entrando nos campos STEM do que nunca.
“Vimos estudantes mudando de relações internacionais e finanças, entrando em ciências; vimos universidades que não tinham nenhum programa científico, iniciando programas científicos por causa da missão”, afirma Sharaf. “Portanto, esse efeito cascata e o impacto da missão foram realmente algo que podemos ver e é tangível”.
Outro objetivo era “garantir que a ciência desta missão fosse complementar a outras missões”, de acordo com Sarah Verg Yousif Al Amiri, ministra de Estado para Ciências Avançadas dos Emirados Árabes Unidos. A equipe queria coletar dados que possam ajudar a responder perguntas científicas sobre Marte, que foram deixadas sem resposta por missões anteriores. Por isso, todos os dados obtidos pela Hope serão disponibilizados para 200 universidades e institutos de pesquisa em todo o mundo.