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Na sexta-feira, 13, foi comemorado o aniversário da abolição da escravatura no Brasil. A data que para muitos é sinal de mau presságio, para o elenco do Rolim de Moura não teve pé de coelho que desse jeito na situação. Ainda no início de abril, um grupo de jogadores do acusou o técnico do clube na época, Manuel Filho, de maus tratos. Além de péssimas condições de alojamentos, alimentação inadequada e apropriação indébita do valor cobrado pela profissionalização, os jogadores afirmam que não receberam salários e afirmam estar em situação próxima a escravidão.
Com a expulsão de Manuel Filho do campeonato e a entrada de Robson Lino como técnico, a situação melhorou um pouco, porém alguns jogadores desistiram de treinar com o Tigre e já foram para casa. Muitos ainda não viram os salários atrasados há meses e têm a esperança de que até o final do estadual consigam voltar para suas cidades com dinheiro no bolso.
O goleiro Luiz Felipe Amorim, de 22 anos, conta que no começo deste ano, depois de receber uma boa proposta de trabalho, deixou a família em Pernambuco, sua terra natal, e embarcou para Rolim de Moura, onde assinou contrato para defender o time da cidade durante a temporada, porém, as coisas não aconteceram como esperado.
- Eu vim para Rolim com um acerto que teria um salário razoável e estrutura para desenvolver meu trabalho, mas até hoje ninguém recebeu um centavo do clube. Além disso, fomos obrigados a conviver com diversos obstaculos dentro e fora de campo, como a falta de estrutura dos alojamentos, alimentação inadequada, principalmente para o grupo que não era utilizado pelo treinador- aponta.
Apesar de não ter sido vítima, Luiz Felipe, lembra que o então técnico Manuel Filho, cobrou cerca de R$ 1 mil a R$ 2,5 mil pela profissionalização de jovens atletas que sonham em ser jogadores profissionais. No entanto, ele não resolveu a situação dos garotos e nem devolveu a quantia.