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Pagamentos no WhatsApp: serviço é gratuito para pessoas físicas, mas há taxa para empreendedores (WhatsApp/Divulgação)
Pouco mais de uma semana depois que o Whatsapp lançou seu meio de pagamento voltado para o mercado brasileiro, a novidade foi suspensa. A Cielo comunicou nesta quarta-feira que suspendeu os serviços relacionados a transações de pagamento por meio do aplicativo WhatsApp, do Facebook, após determinações do Banco Central e do Conselho Administrativos de Defesa Econômica (Cade) na véspera.
A Cielo é a empresa que mais sente o impacto dessa decisão. Logo no início do pregão, as ações da empresa de meios de pagamento caíam 9%, a maior baixa do dia. Ao meio dia, a queda era de 8,7%.
A base de usuários no Whatsapp que poderiam usar esse modelo é muito maior do que a de instituições financeiras tradicionais. Ao contrário de outros meios de pagamento, como o pagamento por código QR, usado pelo iFood em restaurantes e pelo PicPay, o Whatsapp já é um aplicativo amplamente difundido no Brasil. Isso seria uma vantagem do modelo, principalmente para a Cielo. Agora, se torna seu maior risco.
A decisão dos órgãos reguladores foi surpreendente, ainda que clara. “Ainda que a decisão do BC tenha sido surpreendente, o regulador está claro em sua posição de que será vigilante ao desenvolvimento de qualquer sistema fechado”, diz o banco BTG em relatório.
O tamanho do Whatsapp, por si só, já pode representar uma grande mudança no sistema financeiro. O aplicativo de mensagens do Facebook tem 120 milhões de usuários ativos mensais por mês no Brasil, segundo a própria empresa. O Brasil é o segundo maior mercado do aplicativo no mundo, atrás da Índia, com 400 milhões de usuários. No mundo, são mais de 1 bilhão de pessoas. A Cielo, embora tenha perdido muita participação de mercado nos últimos anos para fintechs, ainda é a maior adquirente brasileira.
“A motivação do BC para a decisão é preservar um adequado ambiente competitivo, que assegure o funcionamento de um sistema de pagamentos interoperável, rápido, seguro, transparente, aberto e barato”, diz o banco em nota. “O eventual início ou continuidade das operações sem a prévia análise do Regulador poderia gerar danos irreparáveis ao SPB notadamente no que se refere à competição, eficiência e privacidade de dados.”