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ARTIGO: GERAÇÃO ZUMBINETS Por Cezar Camargo

Fonte: ASSESSORIA
14/06/2020 12h 01min

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ARTIGO: GERAÇÃO ZUMBINETS Por Cezar Camargo

Reprodução


Você sabia que a rede social facebook concentra 1,4 bilhão de pessoas? Dentre todas as outras semelhantes, o facebook é a maior distração, como também é, sem dúvida, uma excelente ferramenta para interação social. Só no Brasil, 30% utiliza a referida rede como fonte  primaria de notícias e informações. Em tese, 100% não faz ideia que esta ferramenta criada por Mark Zuckerberg e colaboradores, edita o que o que  o público vê em sua timeline.
Acredita-se que os cientistas de dados sociais têm acesso a 20% da população mundial, sabem o que curtem, o que compartilham, comentam, consomem, leituras que os interessam, em quem votam, o que comem, com quem se relacionam, o que compram, o que amam, dentre outras
informações que diariamente são despejadas nessa rede. Segundo matéria da jornalista Bia Granja, da revista Galileu/Junho de 2015, essa inteligência é capaz de prever resultados de eleições e de fato pode ser vendida para
marcas, governos e organizações.
O facebook tem tomado medidas centralizadoras. Embora
questionável, foi criado um projeto para levar internet gratuita às populações carentes. É bem verdade que o cidadão não ganha acesso total à rede, e sim ao facebook e outros sites vinculados. Contudo, é bom salientar que não se pode conhecer o mundo pelo olhar de uma única rede social, sem ao menos experimentar a verdadeira web, que é de fato livre.
A socióloga Sherry Turckle, do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts, entende que “a vida virtual nos permite escondermo-nos dos outros”, e que “a tecnologia é sedutora quando o que oferece preenche nossas vulnerabilidades humanas”. Em suma as vulnerabilidades se referem
às dificuldades internas vivenciadas ao longo da vida. Algumas desde o nascimento, outras são dificuldades emocionais que aparecem durante a vida e se desenvolvem conforme a pessoa absorve crenças irracionais ou passa por experiências ruins e desilusões.
Esconder-se da realidade é um caminho perigoso, até porque a virtualidade é uma areia movediça e não existem métodos seguros para se viver online 24 horas por dia. "A vida se vive pisando o chão da realidade".
No centro Integrado dos Transtornos do Impulso do Hospital das Clinicas, em São Paulo, a Psicóloga Dora Sampaio Góis, que monitora o Programa de Dependência Tecnológica, atende pessoas diariamente que
perderam o elo com os amigos, pois só conseguiam cultivar os virtuais. Ela diz uma coisa interessante: “A internet não muda a índole de ninguém, o que vicia é a possibilidade de melhorar o conceito sobre si mesmo”. Aí está o que aumenta a solidão. O verdadeiro mal está dentro, e não fora. Todo mal materializado, antes, foi gerado no pensamento.

É inegável que esta geração não só está deixando as relações de lado, como também tem aversão ao calor humano. Além disso, outra questão preocupante é a existência de dados que registram que o uso do celular no
trânsito aumenta em 400% o risco de acidentes. Claramente, o maior desafio para esta geração é encontrar o equilíbrio no uso das redes. A era da informação tecnológica tem muito a oferecer, como a comunicação rápida e informação na palma da mão em segundos, entretanto, a ausência do equilíbrio acarreta em riscos de várias naturezas.
O psicólogo americano Stanley Milgram, já em 1970 constatou em seus estudos que as pessoas ignoravam outras ao redor simplesmente pela impossibilidade de dar atenção a todos elas, e é exatamente como agem
hoje em relação ao mundo conectado. Nesse ínterim, eu pergunto: porque falar com inúmeros contatos ao mesmo tempo? Interagir com diversas redes ao mesmo tempo? E porque, na contramão dessa questão, estamos tão acomodados? Não é porque somos conservadores, mas porque preferimos nos fechar em nosso reino da fantasia, vivendo a falsa ilusão do perfeito pseudo mundo virtual. São tantas questões envolvidas, de fato, precisamos rever!
O professor Jerônimo define bem isso: “Há pessoas que vivem em solidão, porque construíram muros em torno de si, ao invés de pontes ligando-as a outros”. Este muro é sustentado pela falsa sensação de estar conectado aos demais, é uma relação fantasiosa e perigosa. É preciso ao
conectar-se, lembrarmo-nos conscientemente de que nada é o que é, ou que nada é exatamente como se apresenta. Estamos vivendo a “era da individualização” e essa possibilidade de inúmeras conexões permite isso,
porém não podemos nos esquecer de que a realidade se vive no contato físico, no abraço, olho no olho, no calor humano. A fantasia é ilusória, e nela não há o que se viver.
Segundo pesquisas, 73% dos brasileiros que possuem celulares, não saem de casa sem o aparelho, mais de 90% dos usuários usam o dispositivo para entrar na internet, e o fazem também com outras mídias. Em geral 83% não abrem mão do celular no restaurante, e para finalizar, 96%
utilizam o smartphone em casa. Sem contar que as novas gerações de adolescentes já nascem conectadas. É a chamada geração Z. O que será da geração Z no futuro?
“O mundo não precisa formar mais gente que pense igual aos outros, precisa de gente que pense diferente. ” (Denis Russo)
Pensar diferente, esse é o caminho, paradigmas precisam ser quebrados de tempos em tempos. As novas ideias precisam ser valorizadas,
e postas à prova. É preciso debater, ouvir os sábios e estudiosos, e incentivar os jovens positivamente quanto à questão. A boa educação e os avanços da pedagogia são ferramentas essências para um futuro promissor.
Um retorno à humanidade, e o exercício dela, que está perdida dentro de cada um, é um excelente e bom caminho para a boa convivência.
Acredito que quase todos concordam em relação aos malefícios da pós-modernidade e suas implicações. A pós-modernidade é um conceito da sociologia histórica, que designa a condição sócio-cultural e estética prevalente no capitalismo após a queda do Muro de Berlim (1989).
Nesse sentido, quase toda mudança é bem-vinda, desde que seja moderada e equilibrada. Ela deve possibilitar o progresso constante do bem-estar social individual e coletivo. Esta é a geração dos zumbinets, assim defino. A geração daqueles que não dão um passo sem estar
conectados, imersos em uma distração que torna o portador alienado. É preciso se ater ao fato de que a ausência de controle disso é prejudicial ao desenvolvimento mental, pois prende o indivíduo no vazio existencial.
Uma droga, com efeitos devastadores.
Reflita: “É preciso andar pisando o chão da realidade, a fantasia é um chão sem estruturas, não há alicerces para construir coisa alguma”.
Que seu caminho seja próspero e frutífero!
Aproveito a oportunidade para convidá-lo a estar conosco toda sexta-feira, no quadro: Papo do Divã, às 18h45, com Eduardo Hydalgo, no Programa Panorama da Sisbrasiltv Canal 33 1HD, pela TV Cultura.

Cezar Camargo
Psicoterapeuta Clínico e Corporativo, Palestrante, Especialista em Gestão
Pessoal e Membro do Conselho Brasileiro de Psicoterapia e Psicanálise.
(CBPSI nº 01085)
Contatos:
Skype: cezar_camargo
(19) 9.8364.0342 (WhatsApp)
Telegram: @CezarCamargoPsiDh
Redes sociais: @cezarcamargo.psi.dh

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