Notícia
Números impressionantes: no mundo ocorrem anualmente cerca de 270 milhões de acidentes de trabalho e aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais.
Em Porto Velho e Cacoal, o uso do WhatsApp, a troca de mensagens e outros usos do telefone celular por motociclistas estão em pé de igualdade com doenças mentais, assédio, síndromes do pânico, transtorno bipolar, lesão por esforço repetitivo e doenças osteomusculares, as conhecidas LER e Dort.
A distração provoca acidentes durante o serviço ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho.
Não há números computados, mas o quadro de ocorrências nacionais incorpora cada vez mais as de Rondônia, onde semanalmente as enfermarias dos Hospitais João Paulo II e Ary Pinheiro (HB) internam mais de 50 vítimas de acidentes de moto conforme informou a fisioterapeuta do trabalho, Simone Oliveira Nascimento.
O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) organiza programação para o Dia Nacional de Prevenção a Acidentes de Trabalho para a próxima quarta-feira (27). Um pit stop no centro da capital distribuirá material alusivo às doenças, cuidados e alerta às pessoas.
SUBNOTIFICAÇÕES PREJUDICIAIS
Simone Nascimento queixa-se de subnotificações, ou seja, grande parte dos casos de diversas doenças do trabalho nem sequer é comunicada por empresas e até por órgãos públicos. Exemplo disso ocorre na área da saúde: vítimas de acidentes perfurocortantes deixam de comunicá-los aos superiores. E ainda há casos de chefes que se acidentam e se omitem.
De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social, no País, em 2012, ocorreram 423,9 mil acidentes atípicos, 102,2 mil de trajeto (no trânsito) e 14,9 mil decorrentes de doenças no trabalho. A cada ano morrem três mil pessoas – uma a cada três horas – em consequência de acidentes de trabalho. Dos mortos, cerca de 22 mil são crianças vítimas do trabalho infantil, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Conforme Simone Nascimento, além do telefone celular, a maioria das ocorrências notificadas pelo Cerest é atualmente acidente de trânsito a caminho ou na volta do trabalho, envolvendo principalmente motos. Paralelamente, as chamadas doenças do trabalho ou ocupacionais fazem vítimas diversas, de braçais a professores.