Notícia
A busca pelo conhecimento e solução de problemas locais têm encontrado terreno fértil em Rondônia. De alunos do ensino básico a doutores, é cada vez maior a produção científica regional. “Há uma quebra no paradigma”, avalia Francisco Elder de Oliveira, presidente da Fundação Rondônia de Amparo à Pesquisa, Ciência e Tecnologia (Fapero), de onde partem as chamadas públicas para a seleção pesquisadores.
Nos últimos dois anos, o governo de Rondônia investiu mais de R$ 22 milhões na área de pesquisa e os resultados são visíveis. O apoio chega aos futuros cientistas em forma de bolsa, que beneficia professores e alunos selecionados nas chamadas públicas.
O presidente da Fapero costuma ir pessoalmente difundir a ciência e a pesquisa nas escolas, inclusive no interior do estado. “Há uma demanda que começa a ser atendida. Os estudantes compreendem que tudo isto é importante para o seu universo e é isto que ensinamos”, diz ele.
A Iniciação Científica Júnior (ICJ) é uma das frentes em que a Fapero atua para estimular a pesquisa entre os alunos do ensino básico. As chamadas selecionam projetos que revelam a preocupação dos estudantes com temas relacionados ao cotidiano.
Para o professor de química Luís Fernando Lira Souto, do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Ifro) de Ji-Paraná, a Fapero é fundamental no projeto que investiga a presença de materiais potencialmente tóxicos em bijuterias comercializadas no município de Ji-Paraná.
Ele conta que as investigações iniciaram com a proposta de uma aluna e tinham por base a constatação de que materiais tóxicos foram encontrados em quantidade acima do permitido em bijuterias importadas e que estavam sendo vendidas livremente em São Paulo.
“Começamos o trabalho, mas tínhamos poucos recursos. Quando descobri o edital da Fapero inscrevi o projeto. A aprovação veio em boa hora”, conta Luís Fernando.
ALERTA
Com os recursos captados através da fundação, o projeto avançou. Os pontos de venda dos produtos suspeitos foram catalogados e, mais tarde, escolhidos por sorteio para a coleta de material para exames.
Os resultados confirmaram as suspeitas. “Atestamos que havia concentração de chumbo e níquel acima do recomendado pela legislação europeia e também pela portaria do Inmetro que trata do assunto”, revela o professor.
Exames realizados fora de Rondônia confirmaram os resultados iniciais. Estimulados pelo sucesso da pesquisa, o professor quer prorrogar o trabalho para ampliar as investigações e saber se o cádmio também está entre os produtos nocivos que estão sendo comercializados nas bijuterias.