Notícia
Quando as chuvas retornam e as temperaturas começam a subir, o produtor se vê diante de uma velha conhecida: a mosca-dos-chifres (Haematobia irritans), inseto hematófago que traz incômodo para os animais, prejudicando o seu desempenho.
Segundo estudos, no Brasil os prejuízos podem chegar a US$ 150 milhões ao ano. A mosca-dos-chifres normalmente fica sobre o dorso do animal nas horas mais frescas do dia e na região central nos horários mais quentes. O que causa grande irritabilidade nos bovinos é a probóscide rígida e a frequência de picadas. Por conta disso, entender o ciclo biológico da mosca é tão importante quanto observar o comportamento dos animais ou conhecer o histórico do uso de medicamentos na fazenda.
Dessa forma, é possível traçar uma estratégia de combate mais eficiente e reduzir as perdas provocadas pelo inseto.
Estudos realizados sobre a mosca-dos-chifres indicam que a praga pode comprometer o desempenho dos animais de modo significativo, com redução de até 100 gramas no ganho de peso diário. Considerando o período de alta infestação do inseto, de novembro a abril (180 dias), época em que o clima costuma ser favorável para sua rápida proliferação, as perdas podem ultrapassar uma arroba de peso vivo. O prejuízo explícito na balança não significa necessariamente que o controle químico deva ser realizado toda vez que a mosca estiver presente (é fácil identificá-la, pois se posiciona de forma característica, com a cabeça para baixo e as asas abertas). “Muitas vezes o produtor quer ver seu animal limpo, por isso aplica o produto sempre que visualiza a mosca. É o chamado ‘tratamento estético’. Além de gastar dinheiro, a medida é inócua. Dadas as condições tropicais na maior parte do País, sempre haverá algum nível de infestação”, afirma Thadeu Barros, pesquisador da Embrapa Gado de Corte.